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Equilibra pratos demais? Então está na hora de escolher quais você deve deixar cair

Em uma casa de carnes com inspiração argentina da zona sul paulistana, eu me preparava para abocanhar um cuidadosamente garfado e suculento ojo de bife, corte do miolo do Bife […]
15 maio, 2019
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Em uma casa de carnes com inspiração argentina da zona sul paulistana, eu me preparava para abocanhar um cuidadosamente garfado e suculento ojo de bife, corte do miolo do Bife Ancho, macio e sem gorduras, quando ouvi do meu amigo Maurício Prado, pai de três filhas, casado e velejador entusiasta – e também, é bom que se diga, vice-presidente da Divisão de Soluções de Negócios em Nuvem da Oracle –, uma frase que me fez repensar a vida e a carreira.

Era 13 de novembro, e eu relatava ao Mauricio as minhas dificuldades em equilibrar tantos pratos e girá-los de maneira uniforme e segura. Um esforço que me levava aos limites físicos e mentais.

Foi quando ele vaticinou: “Então está na hora de você escolher quais pratos vai ter que deixar cair”.

Como sou um fã de quem tem a resposta certa para a hora certa, aquilo me soou como música.

Justamente por Mauricio não ser psicólogo, coach ou mentor, ou talvez um pouco deles todos, decidi dividir com os leitores de Época Negócios a visão deste executivo de ponta, com 30 anos dedicados à transformação de negócios, por meio da tecnologia e de equipes de alta performance.

“Quando você está tranquilo e dominando todos os pratos, pode acontecer de bater um vento imprevisto e desequilibrar um deles. No empenho de tentar salvá-lo, você acaba colocando em risco todos os outros. Muitas vezes, conseguimos equilibrar os pratos novamente, mas, em certos casos, temos de tomar a difícil decisão de deixar cair um para salvar os mais importantes.”

E quais seriam?

“Existem pratos de porcelana (família, relacionamentos, saúde, valores pessoais) que, se caem, nunca mais conseguimos arrumar. E outros igualmente importantes, mas que são emborrachados (carreira e patrimônio), isto é, que podem cair sem se espatifar. Estes você recupera novamente”, compara.

A tomada consciente de decisão de deixar um prato cair, descreve o VP da Oracle, passa por aceitar a nossa vulnerabilidade e reconhecer que nem sempre somos capazes de manter todos os pratos no ar, e em qualquer condição: “Passa ainda por entender que não temos superpoderes e que a vida não é perfeita. Sempre haverá surpresas e mudanças de intensidade ou de direção. Portanto, precisamos aprender a conviver com isso e não desviar dos nossos valores pessoais, quando precisarmos tomar essa decisão sensível”.

A partir desse ponto, o do autoconhecimento, conseguimos enxergar quais são as prioridades. Comunicação e transparência são fundamentais, pois todos conseguem entender o momento e a decisão a ser tomada, podendo inclusive ajudar no processo.

Liderando diariamente centenas de pessoas, vivendo entre a pressão e a responsabilidade, com metas para atingir e diversas decisões importantes a serem tomadas em um só dia, pergunto ao Mauricio Prado como equilibrar dois “pratos capitais” da gestão: foco total no cliente e motivação do time.

“É como velejar: às vezes, a maré está calma; às vezes, não. Logo, você precisa ter uma rota clara, dominar o equipamento, ajustar as velas conforme o vento, preparar e motivar a tripulação para tudo o que possa vir pela frente. E nada disso é possível fazer sozinho. Se o seu prato cair, tenha certeza de que alguém do seu lado vai ajudar a recupera-lo”, ensina ele, com maestria.

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