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Descubra como tomar melhores decisões para seu futuro

Acreditamos muitas vezes que nossos instintos são secundários nas nossas tomadas de decisões, mas não é o que a ciência nos mostra. Na década de 90, o neurocientista Paul D. […]
19 maio, 2017
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Acreditamos muitas vezes que nossos instintos são secundários nas nossas tomadas de decisões, mas não é o que a ciência nos mostra.

Na década de 90, o neurocientista Paul D. McLean publicou a teoria do cérebro trino, cujo objetivo é explicar os mecanismos do cérebro humano e mostrar como eles afetam nosso comportamento e tomada de decisões.

A teoria divide o cérebro em 3 partes: cérebro reptiliano, sistema límbico e o neocórtex, cada um cumprindo diferentes funções, como podemos ver abaixo:

Cérebro Reptiliano

Essa é a parte que primeiro se desenvolveu no nosso sistema nervoso, sendo responsável pelo instinto de sobrevivência, agressão, repetição e estímulo resposta, que é quando nosso cérebro emite uma resposta perante um estímulo externo ou interno ao nosso corpo.

Um bom exemplo é quando você encosta sua mão em uma chapa quente e a primeira reação é tirá-la dali o mais rápido possível. É o famoso “agir sem pensar”, que geralmente ocorre quando se está utilizando apenas a parte reptiliana do cérebro.

Sistema Límbico

Mais complexo, desenvolveu-se muito depois que o Cérebro Reptiliano e regula todas as nossas interações químicas referentes a sensações, emoções e sentidos. Apesar de o cérebro Reptiliano sentir dor e outros sentimentos básicos de estímulo-resposta, ele não desenvolveu sentimentos mais complexos como a empatia, tristeza, alegria etc, que são uma das funções do sistema Límbico.

Neocórtex

Lida com todas as interações mais complexas do nosso corpo. Responsável pelo processamento das informações, é o principal precursor da fala e do pensamento crítico, desempenhando um papel fundamental na memória, no pensamento, na linguagem e na consciência. É através do uso dele que nos tornamos aptos a desenvolver a linguagem, a música e a ciência, por exemplo.

E como tudo isso influencia suas tomadas de decisões no trabalho e na vida pessoal?

Para responder essa pergunta, é necessário entender um pouco mais a fundo o cérebro Reptiliano.

Por ter sido o primeiro a se desenvolver, sua principal função sempre foi a de nos manter vivos, preservar a espécie. Esse mecanismo de defesa funciona, basicamente, de duas formas:

O perigo constante:

Para o cérebro reptiliano, tudo que for diferente, fora do padrão das atividades comuns é interpretado como potencialmente perigoso. Consequentemente essa parte do cérebro tenta evitar a realização de tais atividades, pois considera que elas podem pôr em risco a vida e, como dito anteriormente, sua grande missão é justamente a de preservar a vida.

A repetição leva a memorização:

Diariamente executamos diversas atividades, que geralmente seguem uma rotina. A repetição faz com que o lado Reptiliano reconheça essas ações como as mais seguras para a sua sobrevivência. Dessa forma, ele memoriza essas ações e tende a repeti-las para sempre, uma vez que são reconhecidas como seguras.

Feitas essas considerações, agora podemos responder a pergunta:

Como o cérebro reptiliano pode afetar suas decisões no trabalho ou na vida pessoal?

Ele provavelmente irá tentar te sabotar a aceitar novas ideias, a encarar novos desafios e a ter novas experiências. Essa parte do cérebro prefere a estagnação à evolução, pois enfrentar novos desafios e seguir diferentes caminhos é visto como perigoso para sua sobrevivência. Então toda vez que você se deparar com alguma dessas situações, seu cérebro reptiliano será o primeiro a agir tentando deixar as coisas exatamente como elas são – estáveis, sem mudanças.

Com isso, dois problemas acabam surgindo:

Perder oportunidades

Quase sempre estamos nos deparando com novos cenários e novos desafios, o que exige de nós uma constante adaptação para enfrentar essas situações. É preciso buscar novos conhecimentos, aprender coisas novas, mudar a maneira que se costumava agir para conseguir se adaptar, por exemplo.

O problema é que essa parte do cérebro trabalha para que você evite o novo, o desconhecido. Consequentemente, caso você deixe que ela guie suas decisões, muito provavelmente perderá oportunidades.

Medo da mudança

Pense em 15 anos atrás em como era a comunicação entre as pessoas. Algumas tinham celular, mas a grande maioria mantinha o contato apenas por telefone fixo. Não existiam smartphones, tablets, telefone sem fio. Hoje o cenário é completamente diferente: esses dispositivos se tornaram essenciais para nossa vida social. E esse é apenas um exemplo.

Atualmente, mudança é regra. Se você não se adapta, acaba estagnado no tempo.

O problema é que, para o cérebro reptiliano, a mudança é considerada potencialmente perigosa.

Dessa forma, conclui-se que, por mais nobre que seja a função do lado reptiliano do cérebro em nossas vidas, ele não está necessariamente contribuindo para o nosso crescimento pessoal e profissional. A ordem dele é: fique na sua zona de conforto. E, como visto aqui, só há crescimento pessoal e profissional quando estamos fora dela.

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