O impacto da comunicação não verbal na sua apresentação

A sua comunicação não verbal fala com o seu público muito antes de você. Eu vou fazer um convite a você. Feche os olhos e imagine a seguinte cena: você […]
08 mar, 2019
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A sua comunicação não verbal fala com o seu público muito antes de você.

Eu vou fazer um convite a você. Feche os olhos e imagine a seguinte cena: você foi convocado pelo seu chefe para fazer uma apresentação sobre o projeto que está conduzindo para todo o departamento no seu trabalho, em torno de 100 pessoas.

Imaginou? Agora, congela a cena. Nessa situação, preste atenção em si mesmo e principalmente na sua comunicação não verbal.

Observe. Como está a sua postura corporal? Qual é a emoção traduzida no seu rosto? Como estão os seus gestos e pernas? Todo o seu corpo está traduzido em uma mensagem de autoconfiança ou poderíamos dizer vergonha, nervosismo ou ansiedade?Aonde eu quero chegar com isso? É importante reforçar que, nos exatos primeiros segundos, antes mesmo de você dizer a primeira palavra ao seu público, a maioria das pessoas está interpretando a sua comunicação não verbal e concluindo, com seus próprios “botões”, se devem, ou não, se conectar com você.

Amy Cuddy, no seu livro “O Poder da Presença”, explica que as pessoas, antes de conhecerem alguém, respondem mentalmente a duas perguntas: “Posso confiar nesta pessoa?”, “Posso respeitar esta pessoa?”. E mais, a psicologia enquadra essas duas perguntas em habilidades como cordialidade e competência, respectivamente. Ambas são capacidades essenciais em um contexto profissional e muito além disso: extremamente necessárias para se estabelecer confiança.

Por isso, é de extrema importância ter consciência e controlar a sua comunicação não verbal na hora de falar em público. Isso porque esse tipo de comunicação passa a ser um divisor de águas no momento inicial da apresentação (isso mesmo, naquela reunião de trabalho que falamos), afinal, são naqueles primeiros segundos que você deve criar conexão com as pessoas, demonstrando credibilidade e segurança.

Inclusive, o pioneiro em pesquisas sobre linguagem corporal, Albert Mehrabian, identificou nos seus estudos que o entendimento de uma mensagem, ou seja, como a pessoa interpreta a sua comunicação, é feito na seguinte proporção:

  • 7% – Verbal (conteúdo);
  • 38% – Vocal (dicção, ritmo, volume e entonação); e
  • 55% – Não verbal (gestos, expressão facial, postura).

Isso significa que é preciso entender que a relevância do que está sendo efetivamente dito corresponde apenas a 7% na comunicação do palestrante, sendo que os 93% restantes estão relacionados a forma com que a mensagem é transmitida, nada mais, nada menos, que a sua comunicação não verbal.

1. Fuja da poker face

Ao assistir uma novela ou filme na televisão, é através da expressão facial do ator que você já consegue desvendar os sentimentos e as emoções que estão por trás daquela cena. E na vida real não é diferente. A comunicação não verbal contempla também a sua expressividade, que, muitas vezes, é a porta de entrada na conexão com o público.

Já reparou que, quando o apresentador abre aquele sorrisão muito antes de falar ao microfone, a nossa tendência na plateia é corresponder ao sorriso? Além de que muitos, de forma inconsciente, pensam: “eu já gostei desse cara”.

Por isso, sorrir é uma tática infalível de oratória não só para te tornar mais receptivo ao público, como também mais autoconfiante sobre si mesmo. A própria ciência tem comprovado que sorrir diminui o estresse, ajuda o corpo a relaxar, reduz a pressão arterial e, consequentemente, os batimentos cardíacos, além de te tornar mais atraente. Só benefícios, não é mesmo?

Então, bora tirar essa poker face (rosto sem expressão) e já vai praticando em frente ao espelho um sorriso verdadeiro e cheio de energia! Isso mesmo, ao colocar os sorrisos (e risos) na rotina, a naturalidade vai entrando em jogo e, quando menos esperar, estará com a mesma expressão em suas apresentações.

Se você quer realizar uma palestra de alto impacto, tenha certeza que o impacto de um sorriso trará a conexão necessária para atingir esse seu grande objetivo!

2. Postura é tudo!

Desde o mundo animal, é através da postura que a gente consegue identificar “quem é que manda”. Os grandes líderes de um grupo trazem esse título traduzido no próprio corpo, não precisa ninguém falar nada. Afinal de contas, a sua comunicação não verbal é que impõe essa mensagem.

Uma postura imponente, aberta e confiante, que começa por meio da consciência da sua coluna, reta e com os ombros encaixados, descendo para as mãos firmes, pernas paralelas, sem cruzar ou pendular… perfeito! Aqui está o grande segredo para transmitir autoconfiança. Não precisa erguer a cabeça a ponto de se tornar prepotente, mas também nada de encurvar a coluna, cruzar os braços e desviar o olhar. Tudo é equilíbrio!

Além da prática te confiar um alinhamento mais adequado e saudável do seu corpo, uma postura correta ajuda também na respiração do palestrante. Respirar é outra técnica importante quando o assunto é falar em público e que impacta diretamente na performance da nossa voz, que também faz parte da nossa comunicação não verbal. Quer saber mais? Confira o artigo “Oratória e cuidados com a voz: dicas para você arrasar nas apresentações”.

3. Firmeza nos gestos

Braços cruzados? Mãos no bolso? Dedos apertando repetidamente uma caneta? Mãos inquietas e sob pressão? Não precisa nem falar, não é mesmo? A mensagem é clara: essa pessoa está insegura, fechada e sob pressão, ou seja, falta autoconfiança.

Não pensar nos gestos como parte da estratégia na hora de falar em público pode também colocar em jogo a sua apresentação. Afinal, quando bem utilizados, os gestos servem para ilustrar uma fala, enfatizar um ponto de vista e transmitir a autoconfiança necessária para atrair a atenção do seu público.

Por isso mesmo, em uma reunião e durante a sua apresentação, procure associar os gestos ao que está sendo dito. Essa união fortalece ainda mais a mensagem que você quer passar, porque os gestos vão ter a função de reforçar segurança naquilo que está sendo dito.

Mas não adianta gesticular por gesticular. Os gestos têm que ter propósito na sua fala e mais que isso: firmeza! Então, comece a observar como você utiliza os gestos durante uma conversa, mesmo sendo algo mais informal. Preste bastante atenção se os gestos têm relação com a sua fala ou se está apenas dispersando a atenção do seu ouvinte. Afinal, nada pior que um gesto inseguro e que ainda atrapalha a sua comunicação.

Com esse exercício (observar não só você, mas também aos outros), te fará desenvolver uma massa crítica de quais são os gestos esteticamente mais agradáveis em termos de comunicação não verbal. E além disso, te ajudará a aumentar o seu repertório de gestos!

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